“Uma perspectiva da educação superior no Brasil”;
“Educação não é privilégio”
A universidade,
tal como conhecemos hoje no Brasil, tem uma história de lutas de um homem
chamado Anísio Teixeira. Esse homem, fez de sua vida uma bandeira levantada à
favor da educação, que em sua época era dominada pela tradição do ensino ser um
dever da igreja e não do Estado.
Anísio tornou o
ensino público gratuito e obrigatório após anos de tentativa e frustração por
vontade alheia à sua, devido à perseguições políticas que o achava um “típico
comunista” em seu país, embora fosse reconhecido pelo FBI no próprio EUA quede
fato não era, local inclusive que se exilou na época dos “anos de chumbo”.
Seu legado é
hoje de valor reconhecido mundialmente e inspirou a UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia), que pode assim ser
denominada de uma “Universidade Anisiana”.
Interessante é
saber que Anísio, que fora educado à moda dos costumes da sua época, tal como
estudar em colégios de padres Jesuítas no Brasil, se graduou no Rio de Janeiro na UFRJ, porém o costume anterior, antes das universidades brasileiras serem implantadas, era graduar-se apenas em
Medicina, direito ou Artes em Coimbra.
Anísio protagonizou uma revolução educacional numa época em que ainda havia resquícios de resistência política à implantação de Universidades no Brasil , visto que eram poucas ainda, pois justificavam tal como nos séculos passados que não correspondiam aos interesses vigentes da época ter uma Universidade porque para eles era "sinônimo de atraso”, como Anísio cita no discurso do Conselheiro Almeida, num congresso presidido pelo conde D’Eu de 1882, em seu livro "Uma perspectiva da educação superior no Brasil" em 1968 e que, segundo ele resumidamente, o Estado apenas valorizava a educação para o plano profissional.
Anísio protagonizou uma revolução educacional numa época em que ainda havia resquícios de resistência política à implantação de Universidades no Brasil , visto que eram poucas ainda, pois justificavam tal como nos séculos passados que não correspondiam aos interesses vigentes da época ter uma Universidade porque para eles era "sinônimo de atraso”, como Anísio cita no discurso do Conselheiro Almeida, num congresso presidido pelo conde D’Eu de 1882, em seu livro "Uma perspectiva da educação superior no Brasil" em 1968 e que, segundo ele resumidamente, o Estado apenas valorizava a educação para o plano profissional.
Isso retardou a chegada
das primeiras universidades no Brasil, enquanto isso, a elite brasileira se
formava aos moldes da Europa e isso incomodava Anísio. De fato em seu livro,
supracitado, ele discorre que concordava com o Conde D’Eu, pois a Universidade
era de fato um lugar que só se discutia fatos das sociedades passadas, como a
retórica de Platão, o sofismo e a cultura clássica e ao entrar num território
nada trazia de novo, nada acrescentava, embora já existisse aquelas ao modo
Pitagórico que tratava das exatas, ele sabia que ainda assim não acrescentava
nada à sociedade. Para Anísio, faltava alguma coisa à Universidade. Pois aquelas
faziam apenas os acadêmicos serem ótimos em retórica e oratória mas inertes na prática
social.
Anísio defendia
que o Brasil tinha história e uma sociedade que merecia educação de qualidade e
portanto que falasse sobre o povo brasileiro; de fato, ele conseguiu implantar seu
projeto escolar na escola e tentou o superior por duas vezes: na primeira (UDF) foi impedido de continuar seu projeto e na segunda teve que se exilar por acusação de ser "subversivo”,
fato que claramente era puro engano.
Hoje graças ao
projeto da UFSB, tenho a honra de estrear minha vida acadêmica numa
Universidade que prima o que Anísio Teixeira deixara: a educação inclusiva e pública
na esfera federal, que fez uma revolução
na educação superior quando implantou a rede descentralizada de Colégios
Universitários (CUNI). Nesse caso, a universidade renova com uma proposta ousada
de ir até o município onde estão os estudantes, facilitando suas vidas acadêmicas.
Essa forma de se espalhar foi denominada
de Rede Anísio Teixeira e seu intuito é dar exclusividade
para alunos do ensino médio, sejam eles dos municípios, quilombos,
assentamentos ou aldeias indígenas. Com esse projeto vemos que a
perspectiva educacional no Brasil inaugura uma nova forma de levar a educação
superior, pública, gratuita, laica, obrigatório do Estado e de qualidade à todos, como queria Anísio Teixeira, inclusive os dantes
denominados de “excluídos” e a UFSB é o horizonte progressista e o limiar entre
a velha e nova forma de se fazer uma Universidade.
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